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3 - 4 minutes readQuestionamentos de uma xenite

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                                                                  Por Thalita

Dessa vez podem ficar tranqüilos, não irei falar novamente da sexualidade da Grécia Antiga. Mas, irei descrever sobre a solidez do relacionamento entre Xena e Gabrielle.
Amigos Xenites, seríamos nós grandes guerreiros dos dias de hoje? Oras, como assim, Thalita? Não existe mais vilões, Deus da Guerra, ninguém luta mais com espadas, não se tem aquela linda paisagem, não se usa armadura, não há castelos, reis, aldeias. Ok! Eu sei de tudo isso, mas o que mais me preocupa é que nesse mundo nosso até Afrodite e o Eli parece não existir.  E é exatamente aí que nos encaixamos como guerreiros e guerreiras. Sim, vou explicar melhor. Vamos refletir… Olhemos para nós, nos classificamos como família: vocês têm noção do peso que isso tem? Família foi, durante décadas, umas das instituições mais fortes, mesmo que tenha passado por algumas transformações o peso é o mesmo, pelo menos pra nós Xenites.
Já se perguntaram o porquê somos tão unidos? O porquê nós somos apegados uns aos outros, tanto que algumas vezes deixamos de falar até com conhecidos para poder atender um Xenite, ou melhor, nos identificamos tanto entre nós que deixamos qualquer conhecido pra trás. 
Já se perguntaram da onde vem tanta identificação? Sim, eu sei, todos gostam de Xena.  Mas, eu irei mais fundo nessa questão. O porquê nós xenites (mais ativos) gostamos tanto assim da série? Por que nos prendemos nesse mundo encantado de Xena? O que está por trás disso? 
Já repararam como nós nos tratamos? Escrevemos depoimentos carinhosos, fazemos vídeo do dia do aniversario, ajudamos uns aos outros quando aparece uma “Athena” da vida. Discutimos sem faltar com respeito, somos generosos, dividimos as informações, compartilhamos assuntos e situações do mundo, elogiamos o trabalho do outro, ficamos sempre atento ao que outro vai falar, fazemos declarações de amor e até mesmo confessamos algo pessoal, algo que incomoda, algo que está torturando e precisamos desabafar e quem a gente procura? O amigo Xenite que mais temos identificação. 
Isso não é ser guerreiro nos dias de hoje? Eu pergunto, meus amigos, onde estão esses valores citados? Esses valores encontrados na série, que nós a toda hora proclamamos, onde estão Afrodite e Eli na nossa sociedade? Vocês ainda conseguem ver? Uma sociedade, um mundo que o ter vai além do ser, onde o clichê mais usado é “a fila anda”. Pessoas ficaram descartáveis como os produtos da prateleira do supermercado. “Olha, você não se encaixa, próximo”. Um individualismo descomunal, onde só se pensa em si mesmo no seu prazer momentâneo.  Cadê o amor? Cadê o doar-se, renunciar? Cadê toda aquela fidelidade, estabilidade, companheirismo, caridade, solidariedade, amizade, constância, cadê o dia seguinte, cadê a expectativa de caminhar junto? Conseguem ver isso hoje? Às vezes vem à pergunta, seríamos alienígenas nos dias de hoje por amar o amor? Por chorar ao ver o episódio onde há uma declaração que diz que amor será pra sempre, que o amor vai além do bem e do mal. Quando enchemos nosso álbum com fotos da série não seria uma maneira de gritar “Acreditamos no amor, acreditamos que existe alma-gêmea, acreditamos em Xena e Gabrielle e todos seus ensinamentos!”?
Isso não nos faz de guerreiros nos dias de hoje? Quando se constrói uma revista pra falar sobre uma série que tem o foco na amizade e amor, assuntos poucos abordados hoje em dia. Seria por isso que somos apegados uns aos outros? Porque sentimos falta disso no mundo lá fora, e nos voltamos aqui no computador e através da tela que podemos encontrar amizades fortes como os pilares da Grécia. Somos guerreiros sim! E vamos continuar achando que “o amor é o caminho”, mesmo que nesse mundo Afrodite e Eli já estejam mortos, nós não estamos e vamos lutar com todas nossas forças para que nossas “deusas” se perpetuem porque acreditamos, nos identificamos, porque sentíamos e o mais importante de tudo… Porque AMAMOS.

Fico por aqui, obrigada pela atenção e desculpem pela filosofia barata. Dessa vez procurei não ser tão dramática.

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