Girl Power

4 - 5 minutes readA Girl Power que decidiu revidar. Humana. Heroína. Mulher. Você a subestima?

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Por Alessandro Chmiel

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GIRL POWER – n. 15

000000            Obs.: Para melhor “apreciação” do artigo que se segue, faz-se necessária uma sessão de cinema em casa com o filme NUNCA MAIS (Enough, 2002), com a cantora/atriz Jennifer Lopez. Todavia, confira o trailer no link a seguir: (< http://www.youtube.com/watch?v=nWwOlMeGp-o >). O artigo pode conter spoilers, mas prometo não contar o final.                                                                      GIRL POWER de agosto na sua Revista Xenite! Continuamos de férias, e o ócio ainda nos dá certa preguiça, mas isso não dá razão para pararmos com a produção praRX, correto? Corretíssimo! Para quem não conferiu por motivos de atraso na minha produção, pode conferir a GP de julho passado com a X-Man Tempestade. Confere lá!

Nesta edição, vasculhei a sétima arte à procura de alguma mulher admirável, que fosse forte mesmo sem ser invencível. Foi pensando em uma Girl mais humana que optei pela graciosa e determinada heroína Slim, protagonizada pela talentosa cantora e surpreendente atriz Jennifer Lopez (de A Sogra, 2005). Na trama de Nunca Mais(Enough, 2002), Slim é uma garçonete que vive uma vida simples, distante do pai que a abandonara aos 3 anos e sem a mãe, falecida. Em meio ao serviço, ela conheceMitch Hiller (Billy Campbell), um homem galante que seria seu futuro marido alguns meses depois. Casados, felizes, eles compram uma bela mansão e logo têm uma filha,Gracie (a fofa Tessa Allen). Tudo ia às mil maravilhas até que, quatro anos depois, Slim descobre que Mitch a está traindo. Convencida da traição, Slim resolve tirar satisfações com seu marido, que numa atitude completamente repreensível e covarde a agride com um tapa no rosto. Ao perguntar se não tinha o direito de bater na própria mulher, e ter como resposta um suplicante “não, você não tem!”, ele lança um soco no rosto dela, ferindo-a não só exteriormente. Temendo por sua vida e pela sua filha pequena, ela toma a decisão de fugir. “Eu não sou dessas mulheres que apanha do marido”, diz ela para sua amiga Ginny (Juliette Lewis) em uma cena dolorosa. Ela não sofreria nas mãos de Mitch. Nunca mais.

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            Porém o problema continua quando fugir não se mostra uma tarefa fácil nos dias de hoje, ainda mais se seu caçador for um rico empresário insano e sem qualquer escrúpulos ou limites, que exige ter Slim perto de si por “amá-la” e “não saber viver” sem ela. Tarde demais para buscar ajuda na polícia, ela apela para um conselheiro jurídico, para os amigos que acabam sofrendo ameaças e até para o pai que largara a família tantos anos atrás. Após alguns percalços e perseguições sem fim – todas perigosas -, seu pai lhe paga um treinador na arte da autodefesa. Tudo se encaminha para uma via sem saída: Slim absolutamente não tem escolha a não ser revidar. “Eu ataco. (‘E depois?’, questiona o treinador.) E depois nada. (‘Por que?’) Porque eu não paro de atacar”. Determinada a dar um fim no maior drama de sua vida, ela parte com tudo numa tentativa mortalmente arriscada.

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            Slim, por ter escolhido revidar, seria comparada com Xena nesse plano, mas isso é simples demais para chegar a um equilíbrio entre as duas. Slim poderia ser qualquer aldeã do mundo antigo que cansou de sofrer nas mãos do mesmo carrasco. Uma amazona da atualidade, obstinada a não se deixar derrotar apenas por ser trivializada como menor e mais fraca. Um ponto em comum com Xena é a força que ambas tiram de suas “filhotes” – a alma de mãe é mais forte que qualquer músculo masculino.

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            Um dos fatores mais pesarosos é o filme não ter recebido grandes críticas positivas, ainda que J-Lo apresente uma de suas melhores performances no cinema. Ainda assim, nós Xenites sabemos bem como é valorizar algo verdadeiramente bom sem o reconhecimento geral que seria merecido. Portanto, duvido que você venha a sentir que perdeu seu tempo se for até uma locadora e assistir o DVD de 116 minutos. O disco conta ainda com um lindo clipe da cantora entoando Alive (Viva), canção presente no filme – que a propósito possui uma excelente trilha sonora, nas mãos do músico David Arnold.

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            O abuso que Slim sofre como esposa é um caso triste, real e seriíssimo, mas a mensagem do filme com certeza não é partir para a pancadaria contra um marido malvado. Assistindo, você consegue perceber a que ponto as coisas foram chegando, sendo que Slim desliza na parte central do problema, não querendo envolver a polícia no caso em primeira instância. Talvez sirva, sim, para lutar contra a passividade de quem sofre qualquer abuso familiar. E isso Nunca Mais pode nos ensinar, como XWP nos ensinou a seu modo.

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            Vou ficando por aqui. Não deixe de conferir a Bitch Power sobre a feiticeira Edea, de Final Fantasy VIII. Mês que vem, a sapiência vai enfeitiçar a GP, com toda a magia e grandiosidade feminina digna de toda Girl Power. Por favor, deixe seu COMENTÁRIO e seu VOTO. É muuuuito importante que nós, colunistas, saibamos da receptividade do público leitor. Combinado? Até setembro, Xenites!

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